Realizou-se no dia 28 de Fevereiro, a cerimónia de lançamento da obra “Silenciocracia, Jornabófias e Outras Mazelas” da autoria da jornalista e socióloga angolana Luzia Moniz, sob a apresentação do Doutor Tomás Vieira Mário. O evento decorreu na sala de sessões da Universidade Save, Campus de Venhene-Sede e foi organizado pela Direcção Científica desta instituição de ensino superior.
Conforme referiu o Magnífico Reitor da Unisave, Prof. Doutor Manuel José de Morais, “parte das experiências e percurso de vida representados nas crónicas que compõem o livro, foram vivenciados em Moçambique, o que fortalece a nossa irmandade e a nossa cultura”. Por assim ser “esta obra reconfigura o valor da escrita na sua função de agregar saberes, de transformar mentes e impulsionar o desenvolvimento do espírito criativo, principalmente neste momento que vivemos em que a escrita precisa de resistir, para que se perpetue o seu papel na sociedade”, reiterou.
Na sua comunicação atinente à apresentação de “Silenciocracia, Jornabófias e Outras Mazelas”, o Doutor Tomás Vieira Mário referiu que enquanto lia as páginas do livro, sentia estar a ler Moçambique na sua dimensão social, cultural e política. Parafraseando Jean-Micheal Mabeko-Tali no prefácio da obra, destacou o facto de a mesma abordar os temas que marcam a actualidade, desde o género, a mulher na política, a perda de ganhos políticos daqueles que pegaram em armas para a consagração do nacionalismo após um longo período de vigência do jugo colonial. Ademais, asseverou: “até ao final da leitura do livro é inevitável perceber que Luzia Moniz é uma mulher pan-africanista, socióloga, jornalista e activista.” Trata-se, portanto, de uma opinião partilhada pela autora do livro que, tal como fez menção, acresce o adjectivo “feminista” embora não se apresente como tal na maior parte dos textos patentes em “Silenciocracia, Jornabófias e Outras Mazelas”, obra que reúne textos diversos, muitos deles surgidos no âmbito de uma coluna no Novo Jornal intitulada “Tunda Mu Njila”.
Diante deste contexto de surgimento da obra, ironizou “escrevo para cumprir um compromisso”.
Na sua interacção com a comunidade académica da Unisave, que foi permeada por menções aos textos da obra e outras temáticas que tem abordado no seu exercício profissional, sentenciou: antes da igualdade de género, exige-se a liberdade de género. Se tal não ocorre, a igualdade de género não vai passar de quantidade de género.
Em jeito de síntese, referiu -se ao espaço da Universidade como sendo profícuo para o exercício intelectual, pois é lá onde se ensina e se aprende a pensar, ressaltando o valor da escola para a sociedade.
GCC – UNISAVE
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